Vivendo pensando nesse suicídio. Como ela achava que o vazio da sua miserável vida tinha tamanha dimensão que até os seus olhos eram um poço vazio de nada, eram completamente inundados com o vácuo. Tudo nela era vazio, da sua boca saiam palavras vazias e esgotadas, dentro do seu corpo era só osso e vazio, a sua rua era vazia, a sua casa vazia. E tudo realmente era assim, tudo não passava de um vazio, até a sua própria vida era um vazio.
Sempre procurava uns bares para beber e beber até perder todas as forças para beber mais e até já não ter um tostão na sua carteira, e também nesse bares procurava droga, cigarros, tudo desse género que ela visse no chão apanhava e fumava, era um vicio, as noites dela eram assim apenas via se esquecia todo o vazio que andava em seu redor, e bêbada andava como uma perdida na rua a dizer todas as suas loucuras e todos os desejos que queria realizar enquanto estava viva - apesar de ela nem querer viver tanto assim - coleccionava também problemas dos outros, como uma caixa onde todos guardavam os seus medos e tudo o que lhes atormentava. Ela não queria assim continuar, estava a dar em maluca, não aguentava com tanta coisa. E assim era ela, as bebidas, as drogas e o vazio que nela permanecia com esse amor distante...

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